Capitulo 90

Olá a todos!Peço desculpa por não ter postado mas estive fora e ando cansada e um pouco sem ideias.O capítulo de hoje não é muito grande mas preferi postar o que consegui escrever.
Comentem que é importante para quem escreve!
Beijinhos

Pipa


(Margarida)

Depois de me ter encontrado com a Matilde uma súbita vontade de o ver,de o ter,de lhe tocar e de o beijar apoderou-se de mim.A minha vontade naquele momento era pegar no carro e conduzir até sua casa,mas tinha de ser mais forte do que isso.Sabia que era melhor assim,dar tempo ao tempo e esperar que acontece-se o melhor para os dois.
Saí em direcção à faculdade,o que me preencheu basicamente e resto do dia.
Quando cheguei a casa já passava das sete,aproveitei para tomar um duche e fazer o jantar.Arrumei a cozinha e fui acabar uma das teses que tinha de entregar na semana seguinte.Quando olhei para o relógio era já duas da madrugada,desliguei o computador e fui directa para a cama.Vesti o pijama e deitei-me.A cama parecia enorme apenas para mim,sentia falta do seu calor,do seu corpo encaixado com o meu,do seu cheiro que tinha o poder de me acalmar.Dei voltas e voltas na cama mas sem sucesso.
Levantei-me,abri o armário e retirei uma das t-shirts que ele deixara em minha casa.Vesti-a e nesse preciso momento o cheiro do seu perfume invadiu o meu nariz o que fez todo o meu corpo estremecer.A dor de não o ter doía mas a possibilidade de não o voltar a ter mais aterrorizava-me.Deitei-me e adormeci assim,pensando nele mais uma vez.
(...)
Era quarta-feira e havia jogo para a liga Europa no estádio.Estava a arranjar-me para ir ao jogo,porque mais uma vez a Matilde nem me deixou ponderar a hipótese de ficar em casa.Conseguia ser mais teimosa do que qualquer pessoa que eu conhecia.
Sabia que o ia ver e isso fazia com que o ritmo do coração acelera-se,com que senti-se um aperto na barriga e uma falta de ar inexplicável.
Eram quase sete e um quarto quando sai para ir ter com a Matie.O jogo era às oito e um quarto,mas quando chegamos ao estádio já todo ele se encontrava cheio.
Eles saíram para o aquecimento e aí vi-o,ele de imediato olhou para o camarote e pareceu-me vê-lo soltar um sorriso.
O aquecimento foi rápido e eles voltaram de seguida para o balneário.Não resisti em quebrar o meu habitual ritual,peguei no telemóvel e mandei-lhe uma mensagem.

Boa sorte campeão.
Estamos todos a torcer por vocês!
      Margarida

Guardei rapidamente o telemóvel na carteira,não fosse ele responder.Sabia que a probabilidade era pouca devido ao facto de o jogo estar quase a começar mas mesmo assim
não queria ver.
Quando eles começaram a entrar em campo vi-o com o seu característico sorriso que parecia que iluminava toda a minha catedral,pelo menos era aquele que iluminava toda a minha vida.
O jogo começara bem quando aos 40 minutos com um livre para o Cardozo fizemos o 1-0.Depois se seguiu o temível empate.Estávamos quase nos 92 quando o Aimar remata á baliza e a bola bate no poste sendo depois tocada por um defesa da equipa adversária que fez com que a bola fosse de encontro ao Javi.Ele sem pensar rematou do "meio da rua" e todo o estádio vibrou quando a bola foi de encontro às redes da equipa adversária.Na minha cara formou-se um sorriso e o meu olhar acompanhou-o enquanto ele se
dirigia para a frente dos camarotes,para de seguida fazer um coração com as mãos e apontar para lá.
Um sorriso ainda maior invadiu o meu rosto,toda eu estava contente e orgulhosa do meu amor.
O jogo terminou assim com mais uma vitória do grande glorioso.
-O teu menino foi um querido.-ouvi a Matilde dizer chegando-se perto de mim.
-Ah?
-Ah o quê?Nem te faças de desentendida.O golo...
-Foi um belo golo,do "meio da rua".
-Oh Margarida vai dar uma curva.Falemos então do festejo do golo.
-Sim...
-Anda lá fala lá que não amas-te?Eu bem vi o teu sorrisinho,escusas de me tentar enganar que não consegues.
Olhei para ele e sorri-lhe.
-Eu sabia!Estas ai toda babadinha!Eu sabia que ele te amava incondicinavelmente.Nem sei para que o motivo dessa separação!
-Sabes bem,e é melhor assim.
-O quê?É melhor tu e ele andarem a sofrer pelos cantos?
-Ah?
-Não te faças de desentendida Margarida,tu agora é só faculdade e mais faculdade e ele vem aos treinos,vai pra casa mais nada.Estão aí os dois visivelmente a sofrer.
Vocês amam-se e isso viu-se pelo sorriso dele quando te viu aqui a apoiá-lo,quando te dedicou o golo e a teu sorriso de orgulho por aquele homem te amar.Deixem de ser casmurros que isso não vos leva a lado nenhum!Eu sei bem disso,conheces bem a minha história com o David.O que ele achou bem para os dois e o que eu achei que era correcto quando me mudei para Madrid estava completamente errado.Felizmente que nos apercebemos os dois a tempo.Agora vocês entendam-se que já ninguém aguenta ver-vos assim.
Cada palavra que ela pronunciava me apertava mais o coração,porque eu sabia que era a verdade.Naquele momento a vontade de correr pelos corredores fora com rumo aos seus braços era muito mas algo me travava,era o medo.
A sensação de aperto apoderou-se ainda mais de mim quando o vi entrar pela porta.Vinha com umas calças de ganga e uma camisa entre-aberta,o cabelo molhado e bem penteado
e o sorriso que lhe era característico.O seu olhar cruzou-se com o meu e o sorriso ainda maior se formou na sua face.
Eu naquele momento tive medo de tudo e medo de nada.A única coisa que me ocorreu foi pegar na carteira e sair disparada pela porta.Corri até uma das bancadas que se encontrava vazia e apenas as luzes de bancadas iluminavam naquele momento a silenciosa catedral.Sentei-me num dos bancos,no silêncio à procura de uma resposta.
-Como eu te amo.
Doí-a me estar longe dele.Pois a única coisa que sabia naquele momento era que o amava acima de tudo e que o amor dele me chegava para viver.Era tão essencial como respirar.E foi ali no silêncio avassalador que encontrei a resposta para tudo:amar.Amar chegava,amar sem pensar no amanhã.
-Eu sou mesmo estúpida!!
Num ápice me levantei e corri até ao metro.Em meia hora encontrava-me em minha casa.Peguei no carro e conduzi até sua casa.Quando me encontrava a entrada do prédio não avistei o seu carro.Toquei à campainha durante uns dois minutos,mas sem resposta.
-Boa noite menina Margarida.
-Boa noite Dona Rosa.
A Dona Rosa era a vizinha de cima do Javi.Tinha os seus cinquenta anos,vivia com o marido e tanto ela como ele era bastante simpáticos para mim e para o Javi.
-Sabe se o Javi já chegou?
-Eu acho que não menina.Vim agora da garagem e o carro dele ainda não está lá.
-Ah obrigada acho que nos desencontramos.Adeus.
-De nada menina.Cuidado a conduzir.
-Não se preocupe.-disse já de saída.
Sai em direcção ao carro.Sabia onde ele poderia estar.Tal como a minha catedral era para mim um local para pensar na vida ele tinha o seu.Liguei o carro e num ápice cheguei ao Cristo Rei.Estacionei o carro e sai.A noite estava amena e o fazia se sentir uma subtil brisa.
Caminhei em direcção a uma das margens do rio e ao longe vi-o sentado a contemplar a vista.Respirei fundo e aproximei-me mais dele.
-Quando desapareces tens de escolher sítios mais perto,andei por ai as voltinhas.
Assim que ouviu a minha voz voltou-se para mim e o sorriso que lhe era caracteristico formou-se na sua cara,o que fez com que acontece o mesmo comigo.
-Margarida?
-Parece que sim,amenos que estejas á espera de outra pessoa.
Ele nada disse apenas se levantou e puxou-me contra o seu corpo quente.O seu perfume entrou em mim e fez me sentir de novo segura,protegida e amada.Senti os seus lábios quentes a beijarem a minha testa.
-Te amo.-pronunciou.-sei disso mais do que nunca.Nunca mais duvides disso,promete-me.
-Também te amo,desculpa amor.
-Desculpa do quê?
-De ter pensado que tu não me amavas e que ainda sentias alguma coisa por ela.
-És uma tolinha o que hei eu de fazer.
-Tolinha mas tu gostas.
-Não.Eu não gosto.Eu AMO.AMO-TE-disse aos gritos.
-Olha que maluquinho!Ainda bem que o sitio é isolado se não pensavam que o meu namorado tinha virado maluco de vez.
-Namorado-disse encostando a sua testa à minha.-sabe tão bem ouvir-te dizê-lo de novo.Amo-te minha vida.
-Também te amo meu amor.
-Vamos para casa?
-Sim.
Seguimos os dois cada um no seu carro com destino á sua casa.
Quando chegamos ele puxou-me para ele e os nossos lábios uniram-se como se de uma necessidade se trata se.
Paramos apenas para abrir a porta de casa e de seguida caminhamos entre beijos até ao quarto.
As suas mãos percorreram o meu corpo debaixo da t-shirt para de seguida se verem livre dela.As suas mãos não esperaram e desceram até as minhas calças para me deixar depois de roupa interior.As minhas mãos percorreram os seus abdominais por debaixo da t-shirt e acabei por retirar-lha percorrendo com a ponta dos dedos os seus abdominais bem definidos o que o fez sorrir.
-Que foi?
-Nada nada.Estás ai a brincar com a minha barriga.
-Eu gosto da tua barriga.É perfeitinha.
-Tu é que és perfeitinha.
Beijei-o para que depois nos víssemos livres do resto da roupa e nos entregássemos de novo um ao outro.
-Amo-te.
-Também te amo.-foi a ultima coisa que disse antes de adormecer segura e amada envolvida nos seus braços.