Capitulo 80

Desculpem a demora, mas estive sem pc estes dias.E o que escrevi foi hoje.Espero que gostem.
Beijinhos

Pipa


(David)

Tava saindo do treino para ir pra casa.A essa hora ela já me devia estar esperando.Sorri ao pensar nela.Como ela me fazia feliz,me tornava uma pessoa melhor,como ela me completava de um geito que nem eu conseguia descrever ou sequer explicar.
Ouvi meu celular tocando e atendi.Era o meu agente.
-Oi.
-David?Já vistes as revistas?
-Não.Que mentira essas caras inventaram dessa vez?
-David...acho  melhores veres com os teus próprios olhos.Onde estás?
-Estou indo para casa mas vou parar o carro.Me está preocupando.
-Vai lá rapaz.
Parei o carro,coloquei o carapuço e os óculos de sol e saí em direcção a uma pequena papelaria.Cada paço que dava aumentava a minha ansiedade e o meu medo.Quando entrei na papelaria dirigi-me a uma senhora e pedi-lhe as revistas daquele dia.Ela entregou-mas,paguei e saí em direcção ao carro de novo.Segui com a capa voltada para baixo.
Entrei no carro respirei fundo e vi pela primeira vez o que não queria ver.Como?Como podiam estar eles ali,naquele preciso momento?As lágrimas começaram a cair-me pela face.Não podia estar acontecendo.Não de novo,não podiam estar a estragar minha vida de novo.Vi de novo aquelas imagens e lembrei-me daquilo como algo que devia ter ficado no passada,mas que estava agora,bem presente.

(*Flashback*)
O oceano era imenso.Aquele azul me acalmava,o sol desaparecendo na imensidão me fascinava,o som das crianças chutando a bola no fim de uma tarde de Verão me lembrava a minha infância.Aquele azul profundo que me fazia sentir um nada no meio de tudo,me fazia sentir bem pequenininho.Minha mãe sempre me dissera que o mar era como a vida,incerto.
Ao longe vi um casal passeando de mão dada.Nesse momento era capaz de atravessar o mar,aquela imensidão incerta só para a ver.Cada vez me sentia mais dependente dela.
Sabia que ela não tinha vindo comigo porque não podia.E tinha de compreender,não podia ser egoísta.Estava morrendo de saudade,mas não o podia demonstrar demasiado ao
ponto de a fazer sofrer,porque sei que quando vou para fora em estágio,ela não o faz para que esteja tranquilo.
Senti uma mão no meu ombro.Me voltei para ver quem era.
-Oi Carolina.
-Oi Dávi.Sua prima me disse que estava passando umas férias aqui,passei lá em casa mas sua mãe me disse que tinha saído.Calculei que aqui estivesse...Tava com saudade de você.-disse pegando na minha mão.
-Esquece Carol-disse largando a sua mãe.-não quero ser indelicado mas eu não tive saudade nenhuma de você.
-Não acredito.-disse atirando-se para o meu colo sem me dar qualquer tempo para reagir.Quebrei o beijo.
-Você tá maluca?!Eu tenho namorada.
-Você ainda me ama.
-Carol para de se enganar a si mesma.
-Mas e nós.
-Aquilo que aconteceu entre a gente em Agosto foi porque eu fui um fraco.Porque fui um cobarde para si.Porque a usei para a tentar esquecer a ela.Mas não consigo.Carol
segue com a sua vida.Espero que um dia me perdo-e e que seja feliz.
Dei-lhe um beijo na testa e fui embora

(*End of flashback*)

Liguei o carro e conduzi até casa.Quando cheguei procurei-a por toda a casa.
-MATILDE!
Quando ia a sair para ir a casa do Ruben vi um bilhete em cima da mesa do hall de entrada,colado numa das revistas.
"Tive que pensar.Não me procures não vale a pena,quando me sentir preparada volto"
Não estava acreditando.Não outra vez não.Ela estava fugindo de novo.Não saber uma única noticia dela e não saber por onde ela andava me deixava ainda pior.Sai de casa e liguei o carro.Ao mesmo tempo que conduzia para casa do Ruben tentei ligar para ela.Já sabia que ela não ia atender mas tinha essa esperança.
Quando cheguei toquei à campainha e o Manz me veio abrir a porta.
-Oi man...David o que se passa?
Me cheguei perto dele e o abracei.
-Só faço borrada meu irmão.
-Entra.
-Oi David.-disse a Catarina enquanto eu entrava na sala.-o que se passa?
-Isso e o que ele nos vai contar.
Estendi-lhe umas das revistas.
-David?
-Não digam nada.Ela me beijou,mas eu não passou disso eu afastei-a.Deu para a gente esclarecer tudo.Eu falei para ela que só amo a sua prima Catarina.Ela é a mulher da minha vida.
-É a verdade como é que está a Matilde?
Pousei os braços nas pernas e enterrei a minha cabeça neles.
-David?
-Não sei.Ela deixou um bilhete dizendo que precisava de pensar e quando estivesse preparada voltava.
A Catarina se levantou num pulo e foi buscar o celular.
-Já liguei,já mandei mensagem  e nada.
-Nunca é demais tentar.
-Então?
-Nada.Não atende.
-Era de esperar.
-Mano eu sou uma besta.Devia ter falado para ela,mas ela andava cheia de trabalho e não a queria magoar.Eu tô desesperando.
-Calma David.
-Calma?E se eu perdi ela para sempre
-David conhecendo a Matilde como conheço ela precisa de espaço para pensar,ela volta vais ver.Ela ama-te demais.
-Espero que sim meu amor.Porque eu já não sei viver sem ela.

(Matilde)

Acordei com o som da hospedeira.Apertei o cinto e abri a pequena janela que se encontrava do meu lado esquerdo.Olhei ao ver aquela paisagem.A Índia era um país que sempre me cativara.Era um sitio de reflexão.
Saí do aeroporto,apanhei o autocarro para o hotel.Fiz o check-in e deixei as malas no quarto,troquei de roupa e fui dar uma volta.
Sentia-me perdida.Sem chão.
Pus em causa tudo o que ele me dizia.O que ele sentia.Tudo me passava pela cabeça.Ter-me-ia ele traído?
Só sei que me sentia traída,enganada.
Fui ate ao hotel,tomei um banho e fui jantar.Fui depois até ao bar e depois subi.Decidi mandar uma mensagem à Catarina.

"Amor não te preocupes esta tudo bem.Preciso de espaço.
Beijos 
      Mati "


(...)Já se tinham passado três dias desde que tinha partido de Portugal.Estavam-me a fazer bem aqueles dias.Deu para pensar para por as ideias em ordem.
Vesti-me e fui dar uma volta.Estavam quase 40 graus.Mesmo sem apanhar banhos de sol já estava morena.Eram quase onze e meia quando ouvi o telefone tocar.Nestes últimos dias era um vaivém de chamadas.Mas esta chamou mais a minha tenção.Era do clube.
-Estou sim.
-Matilde?
-Senhor presidente?
-Matilde esta tudo bem consigo?
-Esta senhor presidente.
-Daqui a 3 dias há jogo na luz e a menina não aparece nos treinos há 4 dias nem me avisou.
-Eu sei.Sou uma má profissional.
-Não disse que era Matilde.Mas tem de compreender que não o pode fazer.Eu não tenho nada a ver com a sua vida pessoal ou a do David,mas Matilde ou volta rapidamente...
-Ou me despede.
-Sim Matilde.
-Amanha estou no a dar treino,não se preocupe.
-Esta bem.
-Senhor presidente?
-Sim.
-Desculpe-me mais uma vez e se não se importar podia não dizer que amanha chego?
-Sim como queira.Até amanha.
-Até amanha.
Liguei ao Pedro e marquei a viagem ainda para esse dia.Fui até ao hotel fiz o check-out e dirigi-me ao aeroporto.
Entrei no avião e esperei que este levantasse.Agora voltava ao mundo real.Voltava ao mundo dos problemas.

(Ruben)

Desde a súbita fuga da Matilde que o David não era o David.Chegava atrasado aos treinos,não saia com o pessoal.As únicas vezes que saia era para ir aos treinos.Até as fãs já tinham reparado que ele não andava bem.A Dona Regina e o Senhor Ladislau andavam super preocupados com ele,faltava pouco para se meterem num avião e virem para Portugal.Eu e a Catarina tentavams passar parte do tempo com ele.Com medo que ele cometesse alguma loucura.
Desde que ela mandou a mensagem à Catarina a dizer que estava tudo bem,que ele estava,pelo menos, mais tranquilo.
Toda a equipa o tentava animar,até o mister.Mas de David:nada.Não era ele.As coisas para a Matilde não andavam pior.Era falada nas revistas tanto por causas da historia do David,como pelo seu "desaparecimento".O presidente andava a ficar fulo mas preocupado com ela.Se o David estava assim nem queria saber como é que ela estava.

(Matilde)
Sorri ao ver a minha Lisboa pela pequena janela do avião.
Fiz o check-out e chamei um táxi.
-Boa noite menina!
-Boa noite.Hotel Pestana por favor.
-Sim concerteza menina Matilde.
-Então menina,amanha vai dar treino?
-Sim.
Os taxistas eram como psicólogos.Queriam e conseguiam nos sempre por a falar da nossa vida.
-Ainda bem.Os  jornais andam mortinhos por saber de si.
-Eles querem sempre saber de tudo.
-A menina é mais inteligente.Soube bem trocar-lhes as voltas.Ninguém disse onde esteve,logo eles não souberam.
Pois isso se calhar é porque ninguém sabia onde é que eu estava.
-Bem menina chegamos.São onze euros e trinta e cinco.
-Aqui tem.Muito obrigado e boa noite.
-Boa noite menina.E dê força aos nossos campeões.
-Claro.
Fui até à recepção e fiz o check-in.
Mal cheguei ao hotel fui ate a varanda.Fiquei ali a olhar a minha adorada cidade.Ele estava próximo.Não negava que sentia falta dele e tudo o que queria neste momento era poder olhar os seus olhos,sentir o seu corpo e o sabor dos seus lábios.Afastei-me daqueles pensamentos vesti o pijama e fui dormir.
Amanha era outro dia.Um dia que por ser sinal ia ser bem complicado.