Capítulo 26

Quando recebi a mensagem do David fui logo para o estádio.Ele já devia saber.QUando cheguei ao relvado ele estava de costas no centro do campo.
Fui até ele.Ele virou-se.Cheguei-me perto dele e beijei-o.Sentia-o distante.Ele não estava bem.Afastou-se de mim.
-David o que é que se passa?
-A gente precisa de falar Matilde.
-SObre a revista.Pois eu não dei por nada amor.
-Sim e não.Eu sei que você não sabia.Mas preciso de falar consigo.
-Então diz.
-Bem não sei como se fala isto.Mas bem Matilde,isso pode estragar a minha carreira.Eu não posso namorar com uma menor.Uma miuda.-dizia David com firmeza para não
estremecer.Ele estava a ser duro.Mas fazia-o para o bem de Matilde.-Isso tudo foi um erro.
-O quê?-dizia Matilde com as lágrimas nos olhos.-Agora sou uma miuda?No dia dos meus anos não fui pois não?Só te quizes-te aproveitar de mim.
-Não é isso.Só acho que você é muito nova pra mim.Nem tenho certeza se você gosta de mim como fala.
-TU NUNCA QUESTIONES O QUANTO EU GOSTO DE TI!
-Me desculpa.Não queria magoar você.Agora cada um segue a sua vida.Acredite será mais feliz sem mim a seu lado.
-Não digas que vou ser mais feliz sem ti,porque não vou.ISto quer dizer que...
-Acabou.-dizia David engolindo a seco.
Matilde estava desesperada.Chorava descontroladamente.Acabou.A sua vida tinha parado naquele momento.Perdera o amor da sua vida.O que ia ser dela?E todas as juras de
amor?Teriam sido mentira?A cabeça de Matilde naquele momento era uma confusão.Saiu do estádio a correr,enquanto que David estava imovel no meio do campo com as lágrimas a escorrem-lhe pela cara.
-Mano?David!!!-chamava Ruben.David não lhe respondia.Só chorava.-David já falas-te com ela.
-Sim.-dizia DAvid enquanto limpava as lágrimas.-Ela saiu agora.
-COmo é que ela está?Oh que pergunta a minha!Ela deve estar desesperada.O que é que lhe disses te?
-Disse pra ela que ela era uma miuda e que podia estragar minha carreira e que não sabia se ela me amava de verdade.
-David eu não acredito ela deve estar desesperada.
-E eu Ruben?E eu?Não tenho força pra viver!Que faço sem ela?Me diga.
-Calma mano daqui a uns dias vais de férias.Precisas de descansar.
-O tempo não vai curar isso não.Mas Ruben eu fiz isso porque a amo e quero o melhor pra ela.Não lhe conte a verdade.Não lhe conte que fiz isso pro bem dela.
-Mano...
-Mano nada.Me promete.Ruben?
-Ok.Anda que eu levo-te a casa.Não estás em condições de conduzir.
...
Andei até não poder mais.Nem se quer tinha pensado no almoço.Já eram quatro da tarde e estava em frente ao Tejo.Sentei-me e fiquei a olhar para a imensidão.Estava destroçada.Nem tinha dado conta a quantidade de vezes que o telemóvel já tinha tocado.Abri a mala e tirei-o de lá.32 chamadas não atendidas.Do Ruben,da Catarina e da Rita.Já deviam saber.Guardei de novo o telemóvel.Fiquei ali a pensra em nada.Não conseguia pensar doí a me a cabeça de chorar e de tanto pensar.Pensar na minha vida,pensar no que ia fazer e pensar no  que estava ali a fazer.
Será que a minha vida fazia sentido.Será que tudo o que tinhamos passado junto teria sido vivido como ele mo dissera.Com amor e paixão.Tudo em que acreditava naquele momento foi-se.Não conseguia acreditar em nada nem em ninguém.Nem em mim própria conseguia acreditar.No fundo não acreditava no que me estava a acontecer agora.
-Desculpa?
Um grupo de raparigas chagava-se perto de mim.
-Sim.-dizia eu calmamente.
-Desculpa estar a incomodar mas será que podias me assinar aqui a revista?
Estendeu-me a revista.A primeira em que tinha saido.Com uma entrevista minha.Fiquei feliz por momentos por não ser a revista com a noticia que tinha acabado com a minha
vida.
-Claro.Como te  chamas?
-Soraia.
Assinei-lhe a revista e dei-lhe.
-Obrigada.Obrigada por tudo.Pelo força que voc~es nos dão a nós e aos jogadores.Obrigada por amares o nosso clube e por contribuires para a nossa felicidade.
-Fico feliz por o nosso trabalho ser reconhecido.
-Bem nos não te vamos incomodar mais.COntinua e esperamos-te em Agosto de novo.Adeus e obrigada!
-De nada.
Olhei para o relógio.Já eram seis.Levantei-me e fui-me embora.Quando cheguei à porta de casa já eram quase sete menos um quarto.
Abri a porta e a Luz vei-o ter comigo.Até me custava olhar para ela.Ela tinha uma parte do David.Visto que foi ele que a escolheu.Mas ela não tinha culpa.
-MATILDE!
Fui até à sala.A Catarina estava sentada a beber um chá.O Ruben olhava para mim.A Catarina parecia-me muito pálida.
-Caty estas bem?
-Ainda bem que chegas-te.Estava tão preocupada.Não atendias o telemovel a ninguem.
-Não te preocupes.
-Matilde?
-Sim Ruben.
-Estás bem.
Trinquei o lábio enquanto pregava os olhos no chão.Vi uma lágrima cair.Senti alguém a abraçar-me.
-Calma minha linda.O tempo cura tudo.Eu sei que doi.
Afastei-me dele, encarando-o.
-Não doi.Mata.E o tempo.O tempo não cura.O tempo só me da saudade.Saudade é o que tenho.-dizia a chorar.
-Matilde.-dizia a Catarina enquanto se levantava para me abraçar.-Tem calma querida.Estamos aqui para ti.
-Obrigada.MAs preciso de estar sozinha.Vou para o meu quarto.
Sai da sala e fui para o quarto.Tirei a roupa e vesti uma t-shirt larga.Deitei-me na cama.
«toc-toc»
-Sim?
-Posso?
-Sim.
-Calculei que não tenhas comido.Tens aí uma sandes e um sumo de laranja.Promete que comes.
-Sim talvez mais tarde.
-Come por favor.Bem vou-te deixar sozinha.Liguei á Rita para a descansar e ela passa por ca amanha.
-Obrigada.Obrigada por tudo.Adoro-te.
-Eu também.
Pensava que não tinha mais lágrimas.Mas mais uma vez estava enganada.As lágrimas escorriam pela minha cara.A minha vida sem ele não fazia sentido.Será que era mesmo uma miuda.Será que os meus pais tinham razão?Será que nunca deveria ter vindo para Lisboa?